Às vezes, os sonhos têm momentos difíceis. O que começou como uma aventura idílica se tornou uma experiência amarga para uma jovem mulher que se mudou para a Coreia do Sul esperando realizar um dos maiores sonhos da sua vida. No entanto, a experiência que teve no metro de Seul a deixou em lágrimas, impotência e um profundo sentimento de arrependimento.
Através de um vídeo publicado na sua conta do Tiktok, a afetada relatou o episódio que a marcou: «Todas as semanas acontece-me alguma coisa… e já não sei o que pensar», disse ela, soluçando, confessando que até hesitou em partilhar o que aconteceu por vergonha ou medo do julgamento. Mesmo assim, decidiu levantar a voz para mostrar uma face da vida na Coreia do Sul que, segundo ela, poucos se atrevem a contar.
Tudo aconteceu durante a hora de ponta no metro, quando ela viajava em pé perto dos lugares reservados para idosos. Uma senhora coreana começou a pressioná-la com o braço até lhe causar dor física. «Pedi-lhe por favor que parasse porque me estava a magoar, e ela gritou comigo na frente de toda a carruagem», contou. A tensão aumentou quando a mulher, ao perceber que ela era estrangeira, recriminou que ela não tinha o direito de estar ali.
Uma situação incómoda e gratuita que se prolongou
A situação tornou-se ainda mais dolorosa quando a jovem, sem possibilidade de se mover devido à multidão, teve de suportar os empurrões durante oito paragens. Só a intervenção de um rapaz coreano que lhe ofereceu o seu lugar fez com que a agressora parasse. «Assim que ele se sentou, ela tirou o braço… como se a minha dor não importasse só por não ser coreana», denunciou.
Apesar dessa defesa popular, o sentimento de exclusão e vulnerabilidade foi irrevogável para a jovem. “Vim para cá com toda a ilusão do mundo e todas as semanas acontece-me alguma coisa. Hoje quero ir para casa, mas não posso”, concluiu. O seu testemunho ecoou nas redes sociais e, atualmente, o seu vídeo tem mais de 800 000 reproduções no TikTok.
Quase um milhão de pessoas iniciaram um debate sobre a experiência real dos estrangeiros na Coreia do Sul. E, acima de tudo, sobre a pressão que estes sentem para se integrarem numa sociedade que, por vezes, pode ser hostil com quem vem de fora.
