Eles aparecem sem avisar e, à s vezes, ficam semanas, meses ou até anos. Os invasores tornaram-se o pesadelo de muitos proprietários. E não é apenas uma questão de azar. Apesar de um procedimento de expulsão teoricamente simplificado desde 2021, os trâmites continuam longos, tediosos e muitas vezes inúteis. De acordo com o Le Figaro Immobilier, entre as provas a reunir, as prefeituras a convencer e os prazos por vezes prolongados ao extremo, alguns proprietários chegam ao desespero. Paralelamente, a indignação aumenta. Por que a lei parece tão protetora em relação à queles que ocupam ilegalmente um imóvel? Por que cabe ao proprietário lesado provar que é ele quem mora lá? A exasperação é tanta que alguns acabam considerando soluções… digamos, alternativas.
Quando os moradores improvisam para combater os invasores
Este é precisamente o tema de uma micro-rua realizada por um youtuber com 36 000 subscritores, divulgada pelo Le Figaro Immobilier. A pergunta feita era «O que faria se encontrasse ocupantes ilegais na sua casa?» O mÃnimo que se pode dizer é que as respostas foram inesperadas, por vezes violentas, mas também muitas vezes ilegais. Uma transeunte não hesitou em dizer: «Falo com as pessoas à minha volta, tento arranjar gente forte para os expulsar.» Outro foi direto ao ponto: «Chamo os meus amigos e tiro-os de lá.»
Mas atenção, a lei é clara: qualquer expulsão ilegal pode custar até três anos de prisão e 45 000 € de multa. O suficiente para arrefecer até os mais temerários… Então, alguns redobram a criatividade. E entre os testemunhos, uma ideia se destaca, ao mesmo tempo improvável, pacÃfica e francamente ousada.
Será que o churrasco pode realmente ser a arma secreta contra os invasores?
«Faço um churrasco, uma pequena raclette», diz uma transeunte com um sorriso malicioso. O objetivo? Criar um ambiente descontraÃdo para depois «convidá-los a sair da minha casa, gentilmente».
Uma estratégia tão desconcertante quanto desarmante, mas que pelo menos tem o mérito de não ferir ninguém (exceto talvez as regras do bom senso).
Embora o método pareça tirado de uma comédia, ele reflete bem um mal-estar real: o sentimento de abandono sentido pelos proprietários diante de uma justiça que não funciona. Então, enquanto esperam por algo melhor, alguns preferem apostar na diplomacia e um pouco de queijo derretido.
Quando a lei já não basta para se livrar dos invasores, é hora de ousar
Este testemunho engraçado esconde uma realidade mais sombria: muitos cidadãos consideram que já não podem contar com as instituições para os proteger. O churrasco torna-se então o sÃmbolo de uma justiça improvisada, feita com boa vontade e receitas da avó.
Porque, no fundo, sejam legais ou não, essas estratégias escondem todas a mesma coisa. O desespero daqueles que vêem a sua casa invadida, sem saber sempre a quem recorrer. Entre humor, improvisação e revolta, talvez seja aà que se esconde o verdadeiro drama da ocupação ilegal.