Ouro: os fundos ETF compraram mais de 110 toneladas em abril, o nível mais alto desde agosto de 2024

Pelo quinto mês consecutivo, os investidores injetaram fundos líquidos nos ETFs que investem no metal precioso. A Ásia se destaca, liderada pela China. A participação atual desses fundos ultrapassa as 3.500 toneladas.

O preço do ouro atingiu níveis recorde em abril passado, ultrapassando os US$ 3.400 a onça, e nisso, além dos bancos centrais, os fundos ETF globais de ouro com lastro físico tiveram muito a ver, registrando pelo quinto mês consecutivo receitas líquidas que, nesta ocasião, totalizaram US$ 11 bilhões. Assim, impulsionados por um preço mais alto do ouro e entradas contínuas, os ativos totais sob gestão dos ETFs globais de ouro atingiram um novo máximo mensal de US$ 379.000 milhões, de acordo com dados da Bloomberg, Company Filings, ICE Benchmarking Administration e WGC.

Estimativas privadas indicam que, em abril passado, as participações aumentaram em 115 toneladas, atingindo 3.561 toneladas, o nível mais alto desde agosto de 2024, embora ainda estejam 10% abaixo do máximo mensal de 3.915 toneladas registado em outubro de 2020. Quem liderou em abril? Os dados mostram que a Ásia liderou as entradas, representando 65% do total líquido global (o mês mais forte já registrado), e a demanda norte-americana também foi considerável, enquanto os fluxos europeus se tornaram negativos.

Ouro: como foi o panorama regional?

  • A Ásia registrou entradas recordes, totalizando US$ 7,3 mil milhões, com a maior parte da procura proveniente da China, o que marca o terceiro mês consecutivo de entradas e o maior valor já registrado na região. No entanto, o mais impressionante é que as entradas de abril já superaram as do primeiro trimestre e as de todo o ano de 2024. Segundo os especialistas, além do aumento contínuo do preço do ouro local, a procura também foi impulsionada devido a: por um lado, a disputa comercial com os Estados Unidos, que gerou receios de um crescimento mais fraco, amplificou a volatilidade das ações e intensificou as expectativas de desvalorização da moeda local; por outro, os rendimentos mais baixos dos títulos soberanos, em meio a crescentes expectativas de cortes nas taxas de juros. Vale ressaltar que os riscos comerciais globais e o aumento do preço do ouro também impulsionaram a procura porfundos ETF de ouro no Japão, registrando seu sétimo mês consecutivo de entradas, enquanto a Índia registrou fluxos positivos constantes após as saídas líquidas do mês anterior.
  • Os investidores norte-americanos continuaram a comprar fundos ETF de ouro, somando US$ 4,5 mil milhões em abril, e embora os fluxos tenham moderado em comparação com fevereiro e março, o mês passado foi o segundo abril mais forte já registrado. Vale ressaltar que os fluxos líquidos acumulados durante os primeiros quatro meses do ano já superaram o desempenho histórico de 2020. Analistas explicam que o impulso do preço do ouro, embora menos pronunciado em comparação com março passado, juntamente com a contínua agitação do mercado financeiro em meio a incertezas na política comercial, levou os investidores da região a se voltarem para o metal precioso. Nesse sentido, eles alertam que o impulso de curto prazo pode flutuar, mas as expectativas de uma volatilidade contínua do mercado (impulsionada por preocupações como a futura política comercial e a inflação) proporcionariam um nível de apoio aos fluxos no médio e longo prazo.
  • Quanto à Europa, os dados mostram que houve saídas modestas de US$ 807 milhões em abril, revertendo ligeiramente a tendência. As saídas de capital na região concentraram-se principalmente no Reino Unido, parcialmente compensadas pelas entradas de capital na Suíça e na França. No entanto, a região experimentou uma forte demanda durante a maior parte de abril, graças à recuperação do preço do ouro. Para os especialistas, a redução dos custos de oportunidade, impulsionada por um novo corte nas taxas do Banco Central Europeu (BCE), e a intensificação das expectativas de uma redução da taxa do Banco da Inglaterra no início de maio impulsionaram a compra de fundos ETF de ouro. No entanto, reconhecem que as quedas no preço do ouro no final do mês provocaram vendas por parte dos investidores, provavelmente por realização de lucros, o que anulou os ganhos anteriores. A isso somaram-se as fortes recuperações do mercado bolsista, que podem ter reduzido ainda mais a atratividade do ouro. Tudo isso resultou em um recuo das posições compradas no mercado futuro de ouro. Por outro lado, com o fortalecimento da moeda local em relação ao dólar, os produtos com cobertura cambial, principalmente na Suíça, tiveram uma demanda adicional, o que freou outras saídas.

Em relação ao restante, os fundos em outras regiões registraram seu quinto mês consecutivo de demanda positiva (US$ 213 milhões), com destaque para a Austrália e a África do Sul, que continuaram impulsionando as entradas de fundos ETF de ouro na região.

Ouro: os volumes continuaram a subir

O que aconteceu em abril passado no mercado mundial de ouro mostra que os volumes de comércio continuaram a subir, atingindo uma média diária de US$ 441.000 milhões, o que representa um aumento de 48% em relação a março. Em meio à forte alta do preço do ouro, todos os mercados registraram aumentos mensais significativos na atividade comercial: o volume de negociação OTC da LBMA atingiu US$ 181 000 milhões por dia (+31% mensal), as operações negociadas nas bolsas aumentaram 67% mensal, com a COMEX (+42%) e a Bolsa de Futuros de Xangai (+122%) na liderança. Embora o volume de negociação dos ETFs de ouro seja menor do que o de outros setores, em abril passado registrou o maior aumento mensal, com um aumento de 120%.

Mila/ author of the article

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