O Dia Mundial do Ambiente apela à ação contra a poluição por plásticos

A 5 de junho de 1972, teve início a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, um evento que marcou um marco histórico, pois foi a primeira vez que a comunidade internacional se reuniu para abordar os problemas relacionados com a conservação do ambiente. É por isso que a ONU declarou essa data como o Dia Mundial do Ambiente.

Na histórica Conferência de Estocolmo, foi também tomada a decisão de criar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que é a agência das Nações Unidas responsável pela organização deste Dia Mundial. Com o objetivo de facilitar a sensibilização e a mobilização da opinião pública, todos os anos é escolhido um tema específico e um país como sede.

Este ano, as Nações Unidas decidiram aproveitar este importante dia internacional para lançar uma mensagem contundente contra a poluição causada pelos plásticos.

Essa mensagem vai ressoar de maneira especial em Jeju, uma ilha pertencente à Coreia do Sul escolhida em 2025 como sede oficial do Dia Mundial do Ambiente. A razão é que Jeju se tornou um símbolo dos esforços coreanos para acabar com a poluição por plásticos, um compromisso no qual conseguiu avanços importantes.

Copos descartáveis

Esta ilha vulcânica de paisagens espetaculares é também a primeira província da Coreia do Sul a implementar um sistema de depósito de copos descartáveis. Além disso, Jeju declarou em 2022 o seu objetivo de ficar livre de poluição plástica em 2040.

Segundo Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA: «Ao mostrar a sua beleza natural imaculada e as suas iniciativas ambientais inovadoras, Jeju inspirará outros a tomar medidas e a salvaguardar o nosso planeta».

Por seu lado, Kim Wan-sup, ministro do Ambiente da Coreia do Sul, destacou, após o anúncio da nomeação da ilha como sede, que «o Dia Mundial do Ambiente 2025 será um momento chave para os esforços globais para acabar com a poluição por plásticos. Colaboraremos com a ilha de Jeju para garantir o sucesso do evento e posicionar-nos como um país líder na luta contra a poluição por plásticos».

Tratado global

As Nações Unidas também lembram que este Dia Mundial do Ambiente é celebrado exatamente dois meses antes de os países se reunirem novamente com o objetivo de chegar a um acordo que leve à implementação de um tratado global contra a poluição por plásticos.

Esta nova tentativa ocorrerá após as infrutíferas conversações que tiveram lugar entre o final de novembro e o início de dezembro do ano passado na cidade de Busan, também na Coreia do Sul.

Lá foi convocada a quinta sessão do Comité Intergovernamental de Negociação (INC-5) sobre a poluição por plásticos, que contou com a presença de mais de 3.300 delegados, incluindo membros que representam mais de 170 nações e observadores de mais de 440 organizações.

Profundas divisões

O principal motivo para a falta de acordo foi o choque entre os países da chamada Coalizão de Alta Ambição, composta por um grupo numeroso de mais de uma centena de países, liderados pela UE, que apostam na limitação da produção de plásticos, e o grupo liderado pelos Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Índia ou Irão, entre outros, que preferem desviar o tema para a gestão de resíduos e sua reciclagem.

Em Busan, foi tomada a decisão de retomar as conversações em Genebra (Suíça), que acolherá a segunda parte da quinta sessão (INC-5.2), na qual será novamente debatida a possível implementação de um instrumento juridicamente vinculativo que ponha fim à poluição por plásticos.

Por toda a parte

Certamente, há muitas razões pelas quais seria necessário agir a nível internacional de forma decidida contra a poluição por plásticos. O PNUMA estima que, no ano passado, o mundo gerou cerca de 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos.

Esta produção gigantesca acaba por poluir o nosso ambiente. De facto, as mesmas fontes calculam que 7 mil milhões das 9,2 mil milhões de toneladas de plástico produzidas entre 1950 e 2017 se transformaram em resíduos plásticos que acabaram em aterros ou foram deitados fora. Um verdadeiro mar de plástico que nos rodeia, literalmente, por todo o lado.

«Está nos lagos, rios e oceanos. Salpica as ruas das cidades e os campos de cultivo. Está a brotar dos aterros sanitários. Acumula-se nos desertos e abre caminho até ao gelo marinho. Os investigadores até encontraram restos de plástico no Monte Evereste e na Fossa das Marianas, o ponto mais profundo da Terra», detalha a agência das Nações Unidas citada.

Três são as principais razões pelas quais este é um problema tão grave:

  • A poluição por plástico é altamente prejudicial aos ecossistemas. Um estudo descobriu que os nanoplásticos podem retardar o crescimento do fitoplâncton, uma alga marinha microscópica essencial para a vida aquática.
  • Os microplásticos e nanoplásticos também se acumulam no corpo humano, causando-nos todo o tipo de problemas de saúde.
  • O plástico também contribui para as alterações climáticas. A sua produção global é responsável por cerca de 4% das emissões de gases com efeito de estufa, de acordo com cálculos recentes.
Mila/ author of the article

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