Nada funcionava contra as lesmas… até que surgiu este truque surpreendente, adotado por cada vez mais jardineiros.

Elas saem à noite, avançam com passos lentos, mas seguros, e deixam para trás folhas rendadas, saladas furadas, hostas massacradas. As lesmas, essas glutonas escorregadias, são o pesadelo de qualquer jardineiro, seja ele iniciante ou experiente. Acreditamos que são fáceis de repelir, mas, ano após ano, elas voltam, mais vorazes do que nunca, zombando de armadilhas, cinzas, cascas de ovos e grânulos biológicos.

Mas, nesta luta repetida, um truque simples, económico e natural parece estar a dar resultados para um número crescente de jardineiros: a toranja. Sim, esta boa e velha fruta suculenta do pequeno-almoço pode muito bem tornar-se a arma mais inesperada contra as lesmas. E isso sem veneno, sem poluição e sem complicações.

Por que os métodos clássicos muitas vezes decepcionam

Diante de uma invasão de lesmas, as primeiras reações são muitas vezes instintivas.

Polvilha-se cinza à volta das plantas, esmaga-se cascas de ovo, coloca-se armadilhas com cerveja, compra-se grânulos «ecológicos» e, por vezes, chega-se mesmo a sair com uma lanterna frontal para uma caçada noturna. No entanto, o resultado é muitas vezes o mesmo: os danos continuam, as folhas desaparecem, os rebentos são devorados e a frustração aumenta.

A cinza de madeira? Dissolve-se com a primeira chuva. As cascas? Não picam assim tanto. A cerveja? Atrai lesmas… mas também caracóis, formigas e até cães curiosos. Os grânulos? Mesmo biológicos, têm um efeito limitado e alguns ainda poluem o solo.

Em suma, nada é 100% fiável. E, acima de tudo, todos estes métodos exigem tempo, repetição e uma presença quase diária no jardim.

A toranja: uma armadilha tão simples quanto eficaz

À primeira vista, parece uma piada. Mas quem já experimentou não ri mais. Basta cortar uma toranja ao meio, saboreá-la tranquilamente no pequeno-almoço e, em seguida, colocar a metade oca, virada para o chão, perto das plantas sensíveis.

E aí, acontece a magia do jardim: as lesmas são irresistivelmente atraídas pelo interior macio da casca. Elas se reúnem lá à noite para se alimentar ou se abrigar e, pela manhã, basta levantar a cúpula e recolher as intrusas com a mão.

Este sistema tem várias vantagens formidáveis:

  • Atrai apenas lesmas e caracóis, sem incomodar outros auxiliares do jardim.
  • Não polui o solo nem os lençóis freáticos, ao contrário de alguns produtos químicos.
  • Não custa nada se já se consomem citrinos.
  • É reutilizável durante vários dias, desde que a casca permaneça fresca.

E, acima de tudo, funciona sem manutenção nem material, mesmo para jardineiros apressados ou distraídos.

Por que funciona tão bem?

A chave do sucesso desta armadilha natural reside no perfume e na textura da casca. As lesmas são sensíveis a odores fermentados e a zonas húmidas. A toranja, ácida e doce, exala um odor que as atrai com certeza. O seu interior oco oferece um abrigo húmido, escuro e acolhedor, perfeito para uma pausa noturna escorregadia.

Este microclima sob a casca torna-se um verdadeiro salão VIP para os gastrópodes. Às vezes, é possível encontrar uma dúzia deles agrupados sob uma única metade da casca.

E, ao contrário do que se poderia pensar, a acidez não os repele. Pelo contrário, parece atraí-los mais do que uma simples casca de laranja ou limão, menos suculenta e mais amarga.

Alguns jardineiros também relatam resultados semelhantes com metades de melão ou melancia, mas a toranja parece ser a preferida: atrai mais, dura mais tempo e é fácil de manusear.

Como usar este método na horta

Nada mais simples. Depois de consumir a toranja, guarde as duas metades vazias. Coloque-as viradas para baixo, diretamente no solo, em áreas sensíveis: ao redor de alfaces, brotos, morangueiros ou na borda de canteiros floridos.

É bom saber: é aconselhável colocá-las no final do dia, pois é ao anoitecer que as lesmas começam a sair.

Na manhã seguinte, levante delicadamente cada cúpula, capture as lesmas (com uma pinça ou uma luva para as mais sensíveis) e, em seguida, pode afastá-las ou eliminá-las, de acordo com as suas convicções.

A casca pode permanecer no local por vários dias, desde que permaneça firme e intacta. Após três a cinco dias, ela começa a mofar ou decompor-se, e basta transformá-la em adubo.

Sem odores desagradáveis, sem manipulações complexas, apenas um pequeno gesto inteligente, tão eficaz quanto duradouro.

Por que é que esta dica atrai cada vez mais jardineiros

Além da sua eficácia, o sucesso da toranja deve-se à sua simplicidade desarmante. Não é necessário comprar nada específico, não há dispositivos técnicos, não há riscos para crianças ou animais, nem produtos duvidosos nos canteiros.

Os jardineiros que a adotaram testemunham todos o mesmo fenómeno: o prazer de ver as armadilhas cheias e as plantas poupadas. Alguns até fazem disso uma rotina, variando com diferentes citrinos consoante as estações do ano.

É também uma forma elegante de combinar o combate às lesmas e a compostagem: nada se perde, tudo se transforma. E num contexto em que cada vez mais jardineiros procuram alternativas naturais, este método preenche todos os requisitos.

Ele personifica o que há de mais inteligente na jardinagem: observar, experimentar e tirar partido do que a natureza já oferece.

Mila/ author of the article

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