Embora não possa ser considerado o mais fascinante dos 118 elementos da tabela periódica, o ouro exerce desde tempos imemoriais uma atração quase esotérica. No antigo Egito, era considerado um presente dos deuses. Na cultura mesopotâmica, era um símbolo de poder e riqueza. E já na Idade Média, monarcas e elites usavam-no para cunhar moedas e financiar guerras. Mas o ouro, que quimicamente é até enfadonho porque nem sequer reage com outros elementos, é, foi e talvez seja para sempre a melhor moeda de troca. Em 1870, o seu preço foi fixado em 20,67 dólares por onça (que se manteve constante até ao século XX) e a sua aura de poder cresceu sem parar quando, em 1933, o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt elevou o valor da onça para 35 dólares para combater a deflação.
Mas hoje em dia já desencadeia a loucura. A onça é cotada em cerca de 3.300 dólares porque, embora continue a ser um elemento muito comum, a pressa e os conflitos do mundo tornaram-na num verdadeiro refúgio seguro. A Joyería Grau, fundada em 1947 pela família Grau-Domenech, nunca duvidou da sua força. Da pureza e da força do ouro. Na verdade, esse material tão brilhante quanto nobre (e altamente resistente à corrosão) e suas infinitas possibilidades sempre foram os grandes protagonistas de sua história, que começou em uma pequena oficina em Lloret de Mar e hoje é exibida nos tapetes vermelhos de todo o planeta.
Mas compreende que o valor das suas joias únicas, intemporais e transmissíveis transcende o do ouro puro. «São emoções, legado familiar, uma garantia de permanência», explica Gemma Grau, que, juntamente com o seu irmão Ricard, dirige esta empresa artesanal com vocação para a eternidade. «As nossas joias em ouro são peças que vestem o presente, mas guardam valor para o futuro», explica esta joalheira certificada pelo GIA (o Gemological Institute of America, criado para dar à indústria um tom mais profissional através da educação, investigação e instrumentação gemológica), que oferece uma visão sofisticada do ouro como investimento, sem tecnicismos, permitindo compreender que o luxo também pode ser uma decisão inteligente.
Agora, numa clara homenagem ao legado familiar e aos primeiros best-sellers criados pelos seus pais, Gemma e Ricard Grau propõem o regresso definitivo da coleção tubogas. Feitos em tubos de ouro deliciosamente flexíveis e replicando o nome e as formas dos tubos usados para transportar gás pressurizado na década de 1920, na década de 1940 (quando o art déco impregnava tudo), inauguraram uma nova dimensão estética para transformar definitivamente a linguagem da alta joalharia.
Quem as imaginou, pensou, desenhou e redesenhou agora é Gemma Grau, numa nova atualização da sua herança de alta joalharia, que coincide com a celebração do 78.º aniversário da marca e do 90.º aniversário da sua mãe. Faz isso fiel à tradição, mas também àquela necessidade tão sua, herdada da sua admiração por Elsa Peretti (ela sempre diz que teve a sorte de ter podido lidar com a designer italiana de joias que também foi filantropa e modelo, e a designer oficial da Tiffany&Co até o seu último dia) de «virar a joalheria de cabeça para baixo, procurar torná-la fácil e, acima de tudo, usável». E à sua invocação ao casual chic. Aquela que defende uma joalharia diferente, tão intemporal quanto contemporânea. Com boas vibrações. Irremediavelmente carregada de um alto valor sentimental.