Engenheiros da Virginia Tech desenvolvem placas eletrônicas autorreparáveis e recicláveis para combater os 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico

Apenas 20% dos resíduos eletrônicos são reciclados atualmente, o que torna crucial encontrar soluções.

  • O lixo eletrônico cresce sem controle.
  • Apenas 20% é reciclado.
  • Nova tecnologia: placas recicláveis e autorreparáveis.
  • Feitas com vitrimers e metal líquido.
  • Resistentes, reconfiguráveis e sustentáveis.
  • Facilitam a reciclagem e reduzem os resíduos tóxicos.

O problema crescente dos resíduos eletrónicos

O volume mundial de resíduos eletrónicos (e-waste) quase duplicou nos últimos 12 anos, atingindo os 62 000 milhões de quilogramas em 2024, de acordo com um relatório das Nações Unidas. Para 2030, espera-se que este número ultrapasse os 82 000 milhões de quilogramas. No entanto, apenas 20 % destes resíduos são atualmente reciclados, uma proporção que não mostra sinais de melhoria.

Este desequilíbrio entre o consumo e a reciclagem torna os aparelhos eletrónicos um dos resíduos mais problemáticos do mundo moderno. Muitas vezes, os dispositivos são descartados após pequenas avarias ou por simples obsolescência tecnológica, com consequências ambientais críticas devido ao seu conteúdo em metais pesados, plásticos não biodegradáveis e substâncias tóxicas como o amianto em equipamentos antigos.

Uma resposta da engenharia e da química

Uma equipa interdisciplinar da Universidade Virginia Tech, liderada pelos professores Michael Bartlett (engenharia mecânica) e Josh Worch (química), desenvolveu um novo tipo de circuitos com características até agora incompatíveis:

Reparáveis, recicláveis, reconfiguráveis e condutores, estes circuitos também são resistentes e duradouros, ao nível dos plásticos tradicionais utilizados na eletrónica.

Como funciona esta tecnologia?

A base do avanço é um vitrímero, um polímero dinâmico capaz de se reconfigurar e reciclar. Este material é combinado com gotas de metal líquido, que atuam como condutor elétrico em vez dos metais rígidos convencionais.

Vantagens principais:

  • Condutividade elétrica estável, mesmo após deformações ou danos mecânicos.
  • Autorreparação por meio de calor, sem perda de desempenho.
  • Desmontagem simples por hidrólise alcalina, permitindo a recuperação de metais e componentes eletrónicos, como LEDs.

Um novo ciclo de vida para a eletrónica

Ao contrário das placas tradicionais, que requerem processos complexos e energeticamente dispendiosos para a sua reciclagem (deixando ainda assim muitos resíduos), estas novas placas permitem uma recuperação eficiente de materiais valiosos.

Além disso, abre-se a porta para um futuro de circuitos reutilizáveis em circuito fechado, onde os materiais podem ser reintegrados em novos dispositivos sem gerar resíduos.

Potencial desta tecnologia

Esta inovação pode transformar radicalmente a indústria eletrónica:

  • Reduz a procura de extração de metais, como ouro, cobre e terras raras.
  • Diminui a emissão de gases poluentes associados à fabricação e reciclagem tradicionais.
  • Evita o acúmulo de substâncias perigosas em aterros sanitários, como amianto ou mercúrio.
  • Promove a economia circular em um setor que historicamente tem sido linear e desperdiçador.
  • Impulsiona o design ecológico ao facilitar o reparo e a reutilização de dispositivos.

O desenvolvimento de placas de circuito autorreparáveis e recicláveis não representa apenas um avanço técnico, mas uma oportunidade concreta para redefinir o impacto ambiental da tecnologia. Se implementado em escala, poderia reduzir drasticamente a pegada ecológica do setor eletrónico, contribuindo para uma transição real para a sustentabilidade global.

Mila/ author of the article

Oi! Sou Mila e escrevo artigos com dicas úteis para facilitar seu dia a dia e ajudar você a viver melhor e mais leve!

Green vibe - Lifestyle 💚