Uma equipa internacional de arqueólogos e geofísicos revelou a descoberta de uma enorme estrutura enterrada sob o planalto de Gizé, no Egito, graças a técnicas avançadas de radar de penetração terrestre (GPR) e imagens sísmicas.
De acordo com os primeiros dados, a estrutura apresenta formas geométricas precisas, câmaras internas e corredores, e pode datar de muito antes da era das pirâmides faraónicas, o que abriu um intenso debate na comunidade científica.
Está a cerca de 20 metros de profundidade
A estrutura, batizada preliminarmente como uma «megastrutura» pelos seus descobridores, encontra-se a uma profundidade entre 10 e 20 metros. Estudos iniciais sugerem que a sua construção, com grandes blocos de pedra e um alinhamento astronómico preciso, não coincide com as técnicas conhecidas do antigo Egito e pode remontar até 10 000 a.C. Esta hipótese situá-la-ia na época pré-neolítica, reavivando teorias sobre civilizações avançadas anteriores ao «Grande Dilúvio» mencionado em várias tradições antigas.
Tem muitos detractores
Apesar do entusiasmo dos investigadores, outros arqueólogos e especialistas em património cultural, como o ex-ministro egípcio de Antiguidades Mamdouh al-Damaty e o diretor da área de Gizé Hussein Abdel-Basir, expressaram dúvidas razoáveis. Argumentam que, sem escavações diretas ou provas físicas — como inscrições ou artefactos —, qualquer afirmação sobre a datação ou o propósito da estrutura deve ser tomada com cautela. Além disso, lembram que o GPR e a sísmica têm limitações técnicas que impedem a exploração de grandes profundidades com precisão.
A descoberta coincide com a tendência de descobertas controversas recentes, como as de Göbekli Tepe, na Turquia, que desafiam as cronologias históricas convencionais. Se a antiguidade e a origem artificial da estrutura forem confirmadas, isso poderá transformar radicalmente a nossa compreensão do surgimento da civilização no vale do Nilo e das culturas pré-históricas em geral.
