Quando se fala em mineração de ouro na América Latina, os primeiros nomes que vêm à mente são Yanacocha, no Peru, ou as enormes reservas auríferas do sul da Venezuela.
No entanto, o maior e mais rentável depósito da região está localizado em um país caribenho cuja história mineira remonta ao período colonial: a República Dominicana.
Pueblo Viejo: a mina que reativou a economia dominicana
Localizada na província de Sánchez Ramírez, a mina Pueblo Viejo é considerada uma das maiores fontes de ouro do planeta. Depois de ter sido classificada como inviável nas últimas décadas, a sua reativação em 2001, com um investimento multimilionário das empresas Barrick Gold Corporation e Goldcorp, mudou completamente o seu destino.
Desde então, tem gerado um impacto económico de grande magnitude:
- Contribuiu com mais de US$ 2,6 bilhões em impostos em menos de 10 anos.
- Representa cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) dominicano.
- Gera emprego direto e indireto para mais de 4.800 pessoas.
- Impulsionou projetos de infraestrutura, saúde e educação em comunidades próximas.
O lado sombrio do ouro: protestos e danos ambientais
O desenvolvimento económico de Pueblo Viejo tem sido acompanhado por fortes controvérsias. Diversos grupos sociais e ambientais denunciam que a exploração causou:
- Contaminação de fontes hídricas, afetando culturas e consumo humano.
- Exposição a cianeto e metais pesados, com pedidos de realocação para famílias vizinhas.
- Planos de expansão até 2040, que geraram resistência devido ao seu possível impacto ecológico.
Apesar das críticas, a mina continua sendo uma das mais produtivas do continente e uma peça fundamental na economia dominicana.