Tiziana Stallone, bióloga e nutricionista: «Jantar fruta pode ter tanto benefícios como possíveis desvantagens»

A especialista italiana garante que esta prática habitual, sobretudo em pessoas que procuram controlar o peso, deve ser enquadrada numa dieta equilibrada. O debate sobre qual é a melhor altura do dia para comer fruta é um tema bastante comum nos dias de hoje. Muitas pessoas, sobretudo aquelas que procuram perder peso, utilizam esta estratégia para manter o consumo calórico sob controlo. No entanto, como acontece em quase todos os aspetos da vida, nem tudo é preto no branco. Há sempre nuances.

Não enganamos ninguém se dissermos que a fruta é um tipo de alimento saudável. Rica em fibras, fitocomposto (incluindo antioxidantes), vitaminas e muitos outros micronutrientes essenciais, é evidente que todos devemos incorporar pelo menos três porções diárias, o equivalente a cerca de 300 ou 400 gramas, ou seja, cerca de três peças médias.

Jantar apenas fruta: depende das circunstâncias

No entanto, muitas vezes, seja por causa de uma refeição farta ou por achar que é uma opção leve e saudável, há quem costume jantar exclusivamente fruta. E, embora isso não seja um problema em si, há algumas coisas que devemos ter em conta.

«Comer fruta ao jantar pode ter tanto benefícios como possíveis desvantagens», explica Tiziana Stallone, bióloga nutricionista, ao meio La Cucina Italiana. «A palavra-chave é “depende” da pessoa e de como equilibra a sua dieta ao longo do dia. Se a dieta for equilibrada e incluir a quantidade adequada de hidratos de carbono, proteínas, gorduras e fibras, comer fruta ao jantar pode ser uma opção agradável e digestível. No entanto, é preciso ter cuidado com certas condições metabólicas”, acrescenta a especialista.

E ela tem razão, pois é preciso considerar se atingimos as necessidades necessárias de alguns macronutrientes básicos, como proteínas ou gorduras. “Além disso, o consumo excessivo de fruta, considerando-a erroneamente um alimento inofensivo, pode favorecer o excesso de peso, especialmente em diabéticos, pessoas resistentes à insulina e quem sofre de síndrome metabólica. Pessoas com síndrome do intestino irritável, disbiose ou problemas de fermentação intestinal também devem limitar o seu consumo ao jantar”, partilha.

E para aqueles que comem frutas pensando na balança, Stallone garante que é uma estratégia eficaz, mas dentro de certos limites. “Somente se o consumo for limitado a no máximo duas frutas e se mantiver um leve déficit calórico diário combinado com um estilo de vida ativo. Três frutas equivalem caloricamente a um prato de massa de tamanho médio, mas com um índice glicêmico muito mais elevado”, conclui.

As melhores frutas para o jantar

De qualquer forma, evidentemente também há algumas frutas mais recomendáveis do que outras para o jantar e que estão diretamente relacionadas com o seu teor de açúcares simples. «O melhor é privilegiar as frutas da estação: no inverno, por exemplo, laranjas, tangerinas, maçãs, peras e kiwis. Por outro lado, é preciso limitar as frutas ricas em açúcares simples, como caquis, bananas maduras e uvas. As frutas com baixa densidade energética, como morangos e bagas, são especialmente adequadas, pois permitem comer mais quantidade sem elevar muito o açúcar no sangue», afirma a nutricionista Tiziana Stallone.

Não devemos esquecer que, embora sejam muito saudáveis e recomendáveis, as frutas também fornecem calorias, muitas mais do que pensamos em alguns casos. Especialmente se falarmos de frutas desidratadas, pois a redução da água aumenta o aporte calórico, e dos sumos, que, por não terem fibra, não saciam e podem levar a um consumo excessivo de açúcares de rápida absorção.

Assim, jantar fruta pode ser útil em alguns casos, mas, em geral, é melhor apostar no equilíbrio. «Para que o jantar responda a esse princípio, pode adicionar uma fonte de proteínas como peixe, carne, ovos ou iogurte natural, acompanhado de vegetais cozidos ou crus e frutos secos», conclui a especialista. «Mesmo para quem pratica desporto, um jantar apenas à base de fruta não é suficiente: a recuperação muscular requer hidratos de carbono complexos de libertação lenta e proteínas», conclui.

Mila/ author of the article

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